Grandes supresas ao ler um livro que fala somente da morte de um comum burocrata russo porque já no começo da história se descobre que Ivan, o protagonista, está morto, porém a trama retrocede no tempo e nos apresenta o tal do Ivan Ilitch.Incrível como a normal vida de uma pessoa pode se tornar tão interessante desde que bem escrita, pois Ivan nunca fez nada demais ,mas, desde o início você já fica curioso e quer saber por que e como ele morreu e é isso que Tolstoi faz, só que faz mais porque além de dar os pormenores da vida de Ivan, o autor começa a introduzir na história questões internas do protagonista que começa a questionar a vida, a morte, o comportamento das pessoas e seu próprio comportamento durante a vida. Uma breve, porém , ótima leitura que nos leva ao comun ato de nascer, viver e morrer.
Segue trecho da obra (sem spoilers):
"Assim se passaram os meses, um depois do outro. Um pouco antes do Ano-Novo seu cunhado chegou na cidade para ficar uns dias com eles. Ivan Ilitch estava no Tribunal. Praskovya fora às compras. Ao chegar em casa, entrando em seu escritório, encontrou lá o cunhado, um homem saudável, corado, desfazendo ele mesmo sua mala. O homem levantou a cabeça ao ouvir os passos de Ivan Ilitch e por um segundo olhou-o sem dizer uma palavra. Aquele olhar dizia tudo. Seu cunhado chegou a abrir a boca, mas conteve-se e esse gesto foi suficiente.
- Mudei muito, não é?
- Sim...há uma mudança..."
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