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terça-feira, 30 de março de 2010

É Nóis Na Pilha!

O CuluriFique recebeu uma citação no blog do caderno Na Pilha! do jornal chimarrense Folhe do Mate e, então, resolvi postar aqui pro pessoal ver e, pra quem quiser, poder dar uns clics por lá também. Valeu ;)

terça-feira, 23 de março de 2010

De Cara Nova

Hoje resolvi mudar o cabeçalho aqui do CulturiFique pois o anterior já andava meio desbotado. Quem achar interessante, e quiser, pode me enviar modelos de cabeçalho aqui pro blog (imagem retangular em jpeg) pelo e-mail premier.videolocadora@hotmail.com que eu vou colocar aí com os créditos pro pessoal ver.
Abraço a todos e espero que tenham gostado. ;)

segunda-feira, 22 de março de 2010

Futebol de Filósosfos

Eu não curto muito o tal do futebol mas esse vídeo dos caras do Monty Python é simplesmente "felomenal". Uma pelada entre filósfos gregos e alemães. Muito engraçado para uns e "não entendi" para outros. ; )

sábado, 20 de março de 2010

SPACE AVALANCHE - Blog deTiras

Pra quem gosta de tiras de humor ai vai uma dica: o blog SPACE AVALANCHE é ótimo, um pouco ácido, mas, ainda assim ótimo. Com tiras sobre filmes e séries sci-fi o cara faz maravlihas pra quem tem a mente um pouco maliciosa.(os textos são em inglês)
Seguem umas amostras para dar uma idéia da coisa:

As 4 Formas de Conhecimento - Por Cassionei Niches Petry

Existe um blog chamado "Porém, ah, porém" do Professor Cassionei Niches Petry que eu já frequento ha um bom tempo e que contém várias postagens interessantes sobre assuntos variados como literatura, ateísmo, filosofia, contos e etc...
Uma das últimas postagens foi o texto que segue e que, com autorização do professor, achei muito interessante pois ajuda a melhorar o esclarecimento de várias dúvidas de nossa tão intrincada vida. Claro, pra quem quiser ver.

As 4 formas de conhecimento

Relativity, M. C. Escher


Texto escrito a partir das anotações para minhas aulas de filosofia.

por Cassionei Niches Petry

Como podemos conhecer o mundo? Há apenas um jeito de entender as coisas que nos cercam? Ora, assim como o universo é complexo, as explicações para seu funcionamento também o são. Podemos agrupar as formas de conhecimento em 4, correndo o risco, claro, de reducionismo.

A primeira é o senso comum, aquele conhecimento simples, do dia a dia, e que percebemos apenas pelos nossos sentidos. Não preciso consultar nenhum livro ou fazer uma reflexão profunda para saber que está chovendo: basta ouvir o barulho dos pingos caindo no telhado, olhar pela janela ou, o que é mais prazeroso, sair para a rua e tomar um banho. Se quero caminhar, não preciso também ficar pensando “bem, preciso ir ali, então primeiro movo a perna direita pra frente. Agora, deixa eu ver... ah, sim, preciso mover a esquerda e...”. Se pensarmos no homem primitivo, ele vivia no senso comum, pois não precisava pensar sobre as coisas ao seu redor para viver. Simplesmente nascia, se alimentava, crescia, se reproduzia, envelhecia e morria. Não fazia mais nada, até porque tinha que ocupar boa parte do tempo buscando alimento, seja caçando e coletando, tendo que andar muito para isso, como os outros animais.

O homem, porém, na medida em que foi evoluindo, começou a cultivar a terra e domesticar os animais para alimento. Consequentemente, passou a ter mais tempo para outras atividades. Há ainda um fato importantíssimo que é a diminuição das mandíbulas e o crescimento da caixa craniana, possibilitando o aumento do tamanho do cérebro. É só analisar o crânio dos fósseis humanos para perceber essa evolução. Outra prova é o dente de siso, um dente inútil e que incomoda por não ter mais espaço para nascer. Ele foi importante quando o homem comia muita carne dura e necessitava de mais dentes. Como o homem modificou sua dieta e também descobriu maneiras de amaciar a carne, ele deixou de ter importância. O homem, agora, começa a usar mais o cérebro do que a boca. E se continuar essa evolução, terá no futuro o aspecto de como são conhecidos os ET’s, quase sem queixo e com um crânio enorme. (Não seriam os alienígenas homens do futuro nos visitando?)

A segunda forma de conhecimento acontece quando começamos a questionar a vida. Não basta mais viver por viver. Com tempo para pensar e intelecto desenvolvido, o homem passa a se espantar com o mundo a seu redor. Questiona “quem sou eu?”, “de onde venho?”, “para onde vou?”, “o que é essa coisa luminosa que cai do céu?”, etc. A primeiras respostas a essas perguntas são dadas a partir de histórias inventadas pelas pessoas mais velhas da tribo e envolvem relatos fabulosos, que não têm lógica de acordo com os parâmetros da realidade. Entramos no conhecimento mítico. Os mitos fornecem explicações que são aceitas a partir de crenças: “o mundo foi criado em 6 dias por um ser superior”, “quando morremos vamos para o reino de Hades”, “o raio é um castigo dos céus para a tribo”. O mito, através de uma linguagem simbólica, provoca o desenvolvimento das religiões e varia de acordo com as diferentes culturas. Se ele é considerado apenas como ficção, temos histórias que enriquecem o imaginário. No entanto, se levado ao pé da letra e como verdade absoluta, estaremos diante de um conhecimento que limita nossa capacidade de conhecimento e provoca conflitos entre as nações.

Imaginemos agora uma cidade onde há um porto e se faz uma intensa troca comercial. Ali se encontram pessoas de diferentes lugares do mundo, com culturas diferentes e, por conseguinte, mitos diferentes. Quando se reúnem para conversarem, acabam contando as histórias de seu povo e percebem que são alegorias distintas para representar, por exemplo, a criação do universo. Começam a questionar: “afinal, qual a história verdadeira?” Tem-se, então, a relativização dos mitos. A cidade de que estamos falando é Mileto, na Grécia, berço da terceira forma de conhecimento: a filosofia.

Para o homem que está cada vez mais evoluindo, as respostas dadas pelas mitologias não são mais satisfatórias. A relativização dos mitos e a afirmação de que essas histórias são absurdas sob o ponto de vista lógico abalam todas as crenças. Passa-se, então, a tentar encontrar as respostas a partir de elementos da natureza e não mais no sobrenatural. O centro do conhecimento passa a ser a razão e não a crença. O conhecimento filosófico é aquele que questiona e não aceita qualquer resposta. Faço sempre a analogia com a pesca, afinal de contas, o ponto de interrogação não lembra um anzol? Pois quando lançamos uma pergunta, esperamos pescar uma boa resposta e, como toda pescaria, é preciso paciência para pegar um bom peixe. Mas o pescador fica satisfeito caso fisgue um peixe enorme? Não, pois ele vai voltar à atividade sempre que possível. Assim é o filósofo, que obtém muitos conhecimentos, mas não se contenta e sempre sai em busca de novas respostas.

Na filosofia, portanto, não encontramos a verdade absoluta, mesmo sendo o objetivo de quem quer buscar o conhecimento. Ela apenas levanta dúvidas, evita o conformismo das ideias prontas e encontra várias respostas que explicam o mundo ao nosso redor. Mas faltam provas para esses saberes. Para provar algo, precisamos agir não só pensando, mas praticando, comprovando, experimentando, enfim, usando de instrumentos práticos para se chegar o mais próximo possível da verdade. Essa é função da quarta forma de conhecimento: a ciência.

O conhecimento científico se utiliza da experiência para responder as perguntas levantadas pelos mitos e pelos filósofos. Usa todos os instrumentos disponíveis pelas novas tecnologias para se aproximar o máximo possível da verdade. Pesquisas, experimentos, observações, busca de provas materiais, tudo é utilizado para tentar buscar respostas para entender o universo. Notem que usei o verbo tentar, pois nem mesmo a ciência encontra a verdade. Há sempre cientistas que contestam outros e é nesse ritmo que o mundo gira e não deixamos de conhecer cada vez mais. Portanto, ao contrário do que muitos pensam, a ciência não é dona da verdade. Se fosse, não precisaríamos mais de cientistas.

O problema é quando algumas pessoas se utilizam de seus conhecimentos para impor sua verdade pessoal. Religiosos, filósofos e cientistas radicais, que não aceitam o pensamento diferente do seu, acabam freando o desenvolvimento. Nesses momentos procuro uma quinta forma de conhecimento: a arte. Prefiro às vezes conhecer o mundo pelas mãos dos escritores, cineastas, músicos, pintores. Eles nos explicam sem explicar e nos fazem entender sem entender o que é essa criatura tão complicada chamada de ser humano.


sexta-feira, 19 de março de 2010

Kagemusha - A Sombra do Samurai

Já fazem algumas semanas desde que terminei de assistir ao "Kagemusha" do grande mestre Akira Kurosawa mas só hoje resolvi postar sobre ele aqui no CulturiFique. Os filmes de Kurosawa tem sempre uma visão diferente dos filmes americanos que estamos acostumados a ver pois nota-se, pelo menos nos que já assisti, um maior humanismo ou um toque da alma das pessoas tanto nas falas quanto nas cenas. E assim é Kagemusha - A Sombra do Samurai, que só foi produzido graças a intervenção de George Lucas e Francis Ford Coppola, um filme belo que se passa durante a guerra mas que retrata a condição humana pois a todo momento temos cenas em que nos poem pra pensar: "e se eu estivesse ali?" e que nos surpeendem com cada evolução e com o desfecho dramático.
A historia do flme se passa no século XVI e mostra a batalha pelo controle de Kyoto, o que significaria o controle do Japão, entre Shingen Takeda (Tatsuya Nakadai), Nobunaga Oda (Daisuke Ryu) e Ieyasu Tokugawa (Masayuki Yui). Em uma das batalhas Shingen é alvejado e morre, como já havia ordenado aos seus conselheiros, ninguém deveria saber de sua morte por três anos para que, assim, as tropas se mantivessem motivadas e o inimgo não atacasse. Para que esse plano desse certo seria necessário encontrar um sósia para Shingen e aí que o destino põe no caminho do clã um maltrapilho ladrão que, por mais incrível que possa parecer, é extremamente idêntico ao Shingen. Para não ser executado o ladrão aceita ser o kagemusha e, por três anos, mantém uma vida falsa apenas conhecida pelos mais próximos conselheiros do clã. Toda essa trama ainda é temperada com os iminentes ataques dos inimigos, a ganância que o filho mais velho do falecido Shingen, que havia perdido o direito ao poder para seu irmão mais novo, possui pelo poder do clã e ainda pelos rumores de que o real Shingen está morto. Uma bela história manchada por sangue pólvora e sentimentos humanos.

sábado, 13 de março de 2010

Sobre Crepúsculo

Sem Comentários

quinta-feira, 11 de março de 2010

Passeio Fotográfico Em Venâncio Aires, Eu Fui!

Aconteceu hoje pela manhã aqui na capital nacional do chimarrão(Venâncio Aires - RS pra quem não sabe) um passeio fotográfico promovido pela parceria do blog Na Pilha!, SESC e UNISC.
O evento ocorreu no colégio Gaspar tendo como tema "O Verão no Rio Grande do Sul", já fazendo menção ao concurso organizado pelo SESC, e foi iniciado com uma breve palestra do professor Alexandre Davi Borges que é coordenador do curso superior de tecnologia em fotografia da UNISC seguido, então, do dito passeio.
Na palestra o professor deu várias dicas valiosas sobre fotografia, como luz, posicionamento, elementos da foto, temas, habilidades das máquinas fotográficas e algumas dicas sobre concursos do gênero.
Depois da palestra o grupo reuniu o conhecimento adquirido e zarpou pro centro da cidade para por em prática o que havia aprendido.
Cada participante pode escolher duas das fotos que fez durante o passeio, para que sejam expostas no jornal Folha do Mate, eu selecionei essas duas aí:

E ainda deu pra fazer várias outras que eu gostei também:





quarta-feira, 10 de março de 2010

Sounds of Silence - Simon & Garfunkel

Não sei porque mas adoro essa música, tá certo que mujita gente gosta mas talvez eu goste porque ela é, de um certo modo, cruel e ao mesmo tempo correta e, talvez, porque ela identifique o caminho que estamos seguindo ou eu simplesmente estou filosofando demais ;)

Hello darkness, my old friend,
I've come to talk with you again,
Because a vision softly creeping,
Left its seeds while I was sleeping,
And the vision that was planted in my brain
Still remains
Within the sound of silence.

In restless dreams I walked alone
Narrow streets of cobblestone,
'Neath the halo of a street lamp,
I turned my collar to the cold and damp
When my eyes were stabbed by the flash of a neon light
That split the night
And touched the sound of silence.

And in the naked light I saw
Ten thousand people, maybe more.
People talking without speaking,
People hearing without listening,
People writing songs that voices never share
And no one dared
Disturb the sound of silence.



"Fools" said I, "You do not know
Silence like a cancer grows.
Hear my words that I might teach you,
Take my arms that I might reach you."
But my words like silent raindrops fell,
And echoed
In the wells of silence

And the people bowed and prayed
To the neon god they made.
And the sign flashed out its warning,
In the words that it was forming.
And the sign said, "The words of the prophets are written on the subway walls
And tenement halls."
And whisper'd in the sounds of silence.

Veja Também:

Metallica - One

Jogo - Alice no País das Maravilhas

Pra quem, como eu, ainda não viu o filme do diretor Tim Burton "Alice no País das Maravilhas" vale a pena dar uma conferida nesse joguinho do site da Disney.
No jogo você controla Alice por vários capítulos relacionados ao filme.
Mesmo sendo em flash o jogo é muito bonito e bastante divertido o que confirma a premissa de que não é extramente necessário uma incrível qualidade gráfica para que um jogo seja bom, vá lá, esse game da Alice não nehum GTA mas diverte bem por alguns minutos.
Abraço ;)

Veja Também:

Iron Maiden - Flight 666 - The Game

Jogo dos Quatro Erros


Jogar [Aqui]:

segunda-feira, 8 de março de 2010

Ganhadores do Oscar 2010

Melhor Filme: Guerra ao Terror

Melhor Direção: Kathryn Bigelow, Guerra ao terror

Melhor Atriz: Sandra Bullock, Um Sonho Possível

Melhor Ator: Jeff Bridges, Coração Louco

Melhor Filme Estrangeiro: O Segredo dos Seus Olhos (Argentina)

Melhor Edição (Montagem): Guerra ao Terror

Melhor Documentário: The Cove

Melhores Efeitos Visuais: Avatar

Melhor Trilha Sonora: Up – Altas Aventuras

Melhor Cinematografia (Fotografia): Avatar

Melhor Mixagem de Som: Guerra ao Terror

Melhor Edição de Som: Guerra ao Terror

Melhor figurino: A Jovem Rainha Victoria

Melhor Direção de arte: Avatar

Melhor Atriz Coadjuvante: Mo’Nique, Preciosa

Melhor Roteiro Adaptado: Preciosa

Melhor Maquiagem: Star Trek

Melhor Curta-Metragem: The New Tenants

Melhor Documentário em Curta-Metragem: Music by Prudence

Melhor Curta-Metragem de Animação: Logorama

Melhor Roteiro Original: Guerra ao Terror

Melhor Canção: The Weary Kind, de Coração Louco

Melhor Animação: Up – Altas Aventuras

Melhor Ator Coadjuvante: Christoph Waltz, Bastardos Inglórios

sábado, 6 de março de 2010

Out of a Forest - Curta Animado

Fazia tempo que não postava um curta-metragem então, hoje, aí está um que me deixou de boca aberta.
Com direção do dinamarquês Tobias Gundorff Boesen, "Out of a Forest" é um magnífico curta feito em stop-motion que, com a música "Slow Show" do "The National" de fundo, narra a história de um coelhinho que é caçado por um lobo em meio a uma floresta, simples né? Assista e verá que não.

Assista também:

Vincent - Tim Burton

Alma

Out Of A Forest from Tobias Gundorff Boesen on Vimeo.

"And Then There Was Salsa"

Que o Vimeo é mais classudo que o YouTube não tem discussão, é claro que o YouTube tem muito, mas muito, mais variedade, porém os vídeos do Vimeo são diferentes e, no caso dessa propaganda de molhos e snacks da Tostitos, é simplesmente incrível pois o vídeo não fica só no quadradinho dele quieto e obediente não, ele sai da cerca e começa a tomar conta de toda a tela, simplesmente maravilhoso.
Já ssisti umas cinco vezes, assista pelo menos uma [aqui].

quinta-feira, 4 de março de 2010

Carmina Burana - Carl Orff

Essa é, de longe, a obra, dentre as poucas que conheço, que mais mexe comigo e hoje por acaso enquanto ouvia ela de novo pensei: "vou ver se nã existem alguns vídeos sobre ela" e não é que encontro a obra completa no tal do YouTube!?!?
Então aí está um pouco de informação sobre ela pra quem ainda não conhece. Os dados foram retirados do site Spectrum.

"Cantiones profanæ cantoribus et choris
cantandæ comitantibus instrumentis atque imaginibus magicis"

(Carl Orff)

Manuscritos no Mosteiro

Carmina Burana é uma cantata cênica de poesias latinas medievais, pretendida para ser representada e dançada, posta sobre textos em baixo latim e baixo alemão, os quais foram extraídos de uma colocação de duzentas peças poéticas diversas compiladas pelo final do século XIII.

A palavra Carmina é o plural de Carmen (em português, Canção). O título inteiro significa literalmente: Canções dos Beurens; esta última palavra se refere ao fato de que os textos escolhidos para esta cantata secular foram descobertos em 1803 em um velho mosteiro beneditino da Baviera, em Benediktbeuren, no sudoeste da Alemanha.

Esta cantata é emoldurada por um símbolo da Antigüidade, o conceito da Roda da Fortuna, eternamente girando, trazendo alternadamente boa e má sorte. É uma parábola da vida humana exposta a constante mudança. E assim o apelo em coral à Deusa da Fortuna (O Fortuna, Velut Luna) tanto introduz quanto conclui a obra, que se divide em três seções: o encontro do Homem com a Natureza, particularmente com a Natureza despertando na primavera (Veris eta facies). Seu encontro com os dons da Natureza, culminando com o dom do vinho (In taberna); e seu encontro com o Amor (Amor volat undique).

A maioria dos mais de duzentos poemas sacros e seculares remonta ao século XIII e foi escrita por um grupo profano de errantes chamados Goliardos. Estes monges e menestréis desgarrados passavam o seu tempo deliciando-se com os prazeres da carne e os poemas que eles deixaram, faziam a crônica de suas obsessões por vezes ao ponto da obscenidade.

Este manuscrito abrange todos os gêneros, de versificação erudita à paródias de textos sacros, incluindo canções de amor e melodias irreverentes e até grosseiras. O fato de que o texto original destes Poemas de Benediktbeuren seja executada hoje em dia com tão extraordinário sucesso artístico, permite ao ouvinte discernir ainda melhor as intenções de Orff onde sua música não se expressa claramente.

Como uma antologia, Carmina Burana apresenta tudo o que o mundo cristão entre os séculos XI e XII fora capaz de exprimir. Aquela época não foi secionada como a nossa, nem inibida pelos nossos tabus. Assim, os autores anônimos dessas saturnálias escritas não temiam espalhar a chama incandescida pelo contato inesperado de uma melodia litúrgica e uma blasfêmia, mais precisamente um priapismo verbal, ou inversamente de uma nova melodia profana e uma profissão de fé.

Neste sentido, a coleção original restaura para nós, todo um cosmo onde o Bem não existe sem o Mal, o sacro sem o profano e a fé sem maldições e dúvidas: a oscilação onde se encontra a grandeza da Humanidade.

A dialética freudiana foi necessária para a redescoberta deste humanismo medieval até então considerada bárbara e cruel; uma vitalidade que permitiu ao homem sobreviver ao sofrimento da guerra, o mundo infestado pela praga em que ele era submetido à injustiça, à instabilidade, e mantido na ignorância de tudo que não fosse santificado pelo dogma. Sabemos que insultos dirigidos contra a autoridade, palavras ofensivas e blasfêmias que temperavam de maneira acre a expressão dessa energia vital eram herdadas do mundo antigo e chegaram ao começo do renascimento na tradição dos Carnavais e Triunfos que Lorenzo de Medicis e Rabelais ilustrariam, cada qual por sua vez.

Esta genealogia espiritual era tão familiar a Orff que ele concebeu Carmina Burana como apenas o primeiro elemento de uma trilogia intitulada Trionfi-Trittico Teatrale, que incluiria Catulli Carmina (1943) e Trionfi dell'Afrodite (1952), uma obra que revelou a significação do todo: só o Desejo e o Amor podem capacitar o Homem a viver, lutar e crer.

Frankfurt, junho de 1937

A primeira apresentação de Carmina Burana foi na Ópera de Frankfurt em Junho de 1937. Causou uma grande impressão sobre o público, e a aclamação mundial que recebeu a partir daí prova que não perdeu nada do seu efeito hipnótico.

A trilogia Carmina Burana é obra coral de exuberante alegria e fortes acentos eróticos; a obra, inicialmente destinada para representação como ópera, venceu, porém, nas salas de concerto. A música é deliberadamente anti-romântica. É uma música inteiramente original, quase sem harmonia, baseada só em elementar forma rítmica, acompanhada por orquestra inédita: principalmente instrumentos de percussão e vários pianos.

O manuscrito original inclui poucas melodias anotadas que Carl Orff levou em consideração, mas não citou diretamente, ampliando apenas sua atmosfera particular com instrumentos ancestrais que usou em seu Método, aqueles mais exigidos pela música contemporânea: uns poucos instrumentos de sopro, sem violinos, mas uma ampla família de percussão.

Não há contradição entre a obra do compositor e seu Método: ambos falam ao mesmo irredutível descendente dos homens das cavernas, que aparentemente estão tão pouco à vontade hoje em dia em seu universo de ar condicionado.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Beat It ou Piri???

Pô, não deu nem uma semana que eu postei a discografia do King of Pop, Michael Jackson, que já me aparece essa. O cara conseguiu transformar "Beat It", sonsaço do MJ, em "Piri", isso mesmo de pirigueti. O Jacko deve estar se contorcendo no túmulo.
Seguem as duas "obras" pra quem ousar comparar:
"É uma pena" que "Piri" não tem vídeo.
E quem quiser pode procurar o clip da Beat It do MJ no YouTube que vale a pena.