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sábado, 16 de janeiro de 2010

Diários de Motocicleta - The Motorcycle Diaries

Perguntar sobre Che Guevera para mim é como perguntar sobre um livro que não li pois sei muito pouco sobre ele, principalmente a diferença entre homem e mito ou o que fez e o que não fez, portanto não vou me ater à essa conversa e vou falar do filme pelo filme apenas.
Diários é um daqueles filmes simples que, ao mesmo tempo, contém uma carga cultural, social e emocional muito forte pois trata de um assunto que hoje em dia parece estar um pouco esquecido, não é nada de mais é apenas LIBERDADE. Liberdade essa de pegar uma moto velha e partir com um plano de cruzar vários países ou a simples liberdade de dizer e fazer aquilo que se pensa, aquilo que é certo, aquilo que é justo.

















O filme, com a direção de Walter Salles (Central do Brasil, Linha de Passe), passa tudo isso pelos personagens de Ernesto Guevara de La Serna (Gael Garcia Bernal) e seu fiel amigo Alberto Granado (Rodrigo de La Serna) que com uma motocicleta Norton 500 de 1939 partem, em 1952, da Argentina em direção a Venezuela. Nessa viagem os acontecimentos acabam levando Guevara e Alberto por situções as quais não esperavam e são essas situações que acabam dando a maior emoção ao filme pois a dupla, principalmente Guevara, começa a perceber as grandes injustiças que ocorrem na américa latina.
Vale dar grande atenção a parte do filme que trata sobre os leprosos de San Pablo no Chile que, por causa da doença e principalmente da ignorância de alguns, sofrem com a solidão e a separação de seus entes queridos.
Nessa parte do filme o personagem de Gael diz uma fala que me chamou atenção que é: "O rio separa os sadios dos doentes" - aí eu fiquei pensando: De que lado etão os sadios?

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4 comentários:

Gilberto Train disse...

O grande problema em torno da figura de Guevara é a aura de pseudo-santidade na qual a propaganda de esquerda - que pode ser tão nociva e mentirosa quanto qualquer outra - envolveu sua figura, e tornou-o o maior mártir da boçalidade de esquerda.

É um fato histórico que Ernesto "Che" Guevara estava muito longe da imaculada figura de "andarilho da liberdade" que nos foi empurrada goela abaixo: testemunhos e depoimentos da época, vindos de testemunhas oculares (muitos deles gente do povo, simples, trabalhadora, que Guevara afirmava defender) nos fornece um retrato muito diferente da iconografia - o guerrilheiro não passava de um torturador cruel, egocêntrico, arrogante e violento, que matava qualquer um que ousasse discordar dele, em nome de um pretenso "socialismo".

Existe a história clássica de que, depois que suas tropas tomaram Cuba e colocaram Fidel Castro no poder, os soldados de Che apanharam um menino de 15 anos pichando um muro com frases anti-Fidel. O garoto foi preso, e seu fuzilamento marcado para dali há alguns dias. A mãe do pobre rapaz foi diretamente até Che e, de joelhos, implorou pela vida do filho. Qual foi a reação do "andarilho da liberdade"? Ordenou a IMEDIATA execução do menino, para "poupar aquela pobre senhora da agonia da espera", nas palavras desse monstro cínico e repugnante que era esse pseudo-herói da esquerda.

Testemunhas oculares (e idôneas) também negam a versão oficial de que, diante do pelotão prestes a fuzilá-lo, Che Guevara teria dito: "Atirem! Estarão atirando num homem!" Na verdade, suas últimas palavras foram: "Não atirem! Sou Che Guevara! Valho para vocês mais vivo do que morto!". Parece que ele estava oferecendo informações sobre os seus comandados em troca da própria vida - um fim covarde, exatamente como o comportamento que ele exibiu por quase toda a vida: falava em "liberdade", mas seu lema era "se eu quiser sua opinião, eu lhe darei."

A pergunta principal me parece ser: em que ponto o jovem sinceramente idealista que escreveu "Diários de Motocicleta" - mal, aliás; como escritor, Che era um ótimo assassino - deu lugar ao monstro que tombou diante dos fuzis em 9 de outubro de 1967?

Se formos analisar com justiça, o filme de Walter Salles não é tão nocivo nem tão inacurado historicamente quanto o recente "Che", de Steven Soderbergh, que mitifica mais ainda a figura do guerrilheiro argentino. A sanguinária trajetória de Che Guevara, se bem analisada, comprova a declaração de Norman Mailler: "A única função do socialismo é aumentar o nível do sofrimento humano."

Robson Duarte disse...

...como disse no iníco do post: "não vou me ater a essa conversa e vou falar do filme pelo filme apenas".

Gilberto Train disse...

Sim, mas é inevitável você falar de Che Guevara, mesmo em filme, e não falar do ser humano em si. O filme, querendo ou não, projeta uma determinada imagem de um protagonista (real) no inconsciente do público.

Robson Duarte disse...

Realmente fica difícil pra maioria ver o filme somente como um filme e não como uma espécie de documentário.

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